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A questão da Pirataria

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A questão da Pirataria Empty A questão da Pirataria

Mensagem por Alexandre 20/4/2008, 22:47

Texto deixado por Luiz Hamilton Souza

Lendo o que tem sido postado nas ultimas semanas sobre pirataria, a impressão que fica é que só temos dois caminhos: gastar dezenas de milhares de reais em software legal ou roubar software. Sinceramente, acho que esta dicotomia não ajuda em nada. Parece-me até que os pirateiros gostam que a discussão se encaminhem assim, porque fica mais fácil dizer: "ai, eu sou um coitadinho sem dinheiro, não posso pagar tudo isso, então só me resta roubar mesmo"... Mas a verdade não é essa, como quero mostrar com este texto.

Antes, vale um lembrete. Se um moleque sem grana entra na lan destes mesmos pirateiros, buga um máquina e joga de graça, eles não acham que o carinha tá certo. Infelizmente, isto é muito comum no Brasil: a lei só vale quando nos ajuda. O cara jogou de graça na minha lan? Porrada nele. Eu quero usufruir de graça do trabalho de centenas de pessoas? É que eu sou coitadinho, não tenho dinheiro. Contra esta cultura DESONESTA NA ESSÊNCIA, infelizmente, não dá pra lutar.

Não sou nenhum D. Quixote: quem tem má índole nem precisa ler o resto deste artigo, porque na base já não há espaço para o convencimento. São moinhos. Minha esperança é que aquelas pessoas que inteligentemente tenham percebido que a vida em sociedade precisa de regras que valham para todos - e também que a falha dos outros não justifica a nossa falha - possam encontrar algum apoio para manter-se na leicom economias inteligentes.

Além disso, pirataria é anti-econômico. Dizem que tem muito pirata porque os softwares são caros. Mas também é verdade que são caros PORQUE tem muito pirata. E também são caros por causa dos impostos, que são um outro problema sério. E ainda a pirataria está sempre envolvida numa rede criminosa, o que piora ainda mais a situação. Esquecer tudo isso, comprar software pirata e fingir que o problema é dos outros, dos ricos, do governo... é negar-se a ser cidadão, que é o mínimo que se espera de alguém que quer dizer-se empresário.

Texto deixado pelo nosso grande amigo Luiz Hamilton Souza
De toda forma, a questão da compra de software para lan house não é simplesmente gastar uma fortuna ou roubar. Quem trabalha no nosso ramo tem que entender bem a lei e as alternativas para poder fazer o que quer com segurança. Vocês já imaginaram um engenheiro civil que se recusa a estudar "Resistencia dos materiais"? Ou um piloto que se recusa a ler os manuais de operação do avião que ele vai pilotar? O mesmo acontece com o empresário que não quer conhecer os detalhes complexos de seu negócio.

Por isso, primeiro, vamos esquecer esse negócio de que é muito caro ficar legal. O que é muito caro, de forma legal, é ter WINDOWS E TODOS OS JOGOS DO MUNDO, todos os softwares do mundo, instalado em TODAS AS MAQUINAS. Mas não precisamos isso. Nosso negócio não é informática, é entretenimento. Um cinema não coloca todos os filmes ao mesmo tempo - ele promove alguns por vez. Da mesma forma, a lan deve escolher e PROMOVER alguns jogos, evidentemente buscando agradar os clientes, mas focando no que vale mais a pena. Isto não é apenas para economizar no software, é também para aumentar a clientela. Promovendo jogos, você lidera seu negócio e não é liderado pelas circunstâncias. Você deve estar atento ao que pedem os clientes, mas com cuidado. O cliente quer CONHECER algum jogo, mas isso não garante que colocá-lo na lan vai dar resultado. Coloque um demo primeiro, promova com a galera e, se valer a pena, promova o FULL.

Em outras palavras, temos mais é que FOCAR os esforços. Querer agradar o mundo inteiro não dá certo. Para alguns, apenas o acesso a internet e os programas livres de browser, office e messenger, são suficientes. Ainda conheço lans que vivem só de CounterStrike 1.5. Que custa menos de 30 reais por máquina. Além disso, existem muitos jogos baratos e free. Alguns, inclusive, que te geram uma renda extra, como o GunBound e o Ragnarok, se vc estiver num bairro de classe média ou alta (e tiver a empresa legalizada).

Texto deixado pelo nosso grande amigo Luiz Hamilton Souza
A pergunta que vc tem que fazer é: eu preciso MESMO ter este jogo instalado? Muitas vezes, mesmo com alguns pedidos dos clientes, a resposta será NÃO. Ora, se não compensa pagar pelo jogo (ou seja, se ele não aumenta justificavelmente seu faturamento), porque compensa colocar pirata - que, além de também não aumentar seu faturamento, ainda coloca seu negócio em risco?

Mesmo que você queira ter muitos jogos disponíveis, ainda é possível reduzir o custo de comprá-los. Poucos softwares precisam estar em todas as máquinas. Você pode estimar mais ou menos quantas licenças são necessárias e instalar apenas aquela quantidade. É verdade que dá um pouco de trabalho para administrar isso, mas nada impossível. Com o tempo, a turma se acostuma e já entra escolhendo a máquina. É claro que pode dar alguma espera, mas a minha experiência diz que o garoto vai em outra máquina até a que ele quer estar liberada, o que faz o ele gastar duas vezes...

E isso ainda permite, por exemplo, que você tenha máquinas diferentes, algumas apenas para Office e Internet, mais baratas, e outras para jogos. Dependendo da sua audiência e do seu espaço, você ainda dá mais conforto para seus clientes.

Quanto ao Windows, não tem jeito. Tem que comprar OEM, legalmente (e não com aquele link maluco do Fábio), mas é caro mesmo. A alternativa é usar o Linux. Eu andei dando uma olhada e cheguei a conclusão que é uma boa opção. Não vou fazer a transição agora, porque já comprei mesmo os Windows, mas sugiro que vocês olhem com carinho, porque vale a pena. Se vc tem máquinas só para Office e Internet, não tenha dúvida: use o Linux. Para jogos, faça um teste antes, com os jogos que vc quer ter. Cada vez mais, os fabricantes de jogos estão lançando versões Linux também. Mas as versões Windows também rodam. Talvez um pouco mais lento, mas sinceramente, pela economia que representa, vale a pena. Em pouco tempo, creio, não vai ter diferença.

Texto deixado pelo nosso grande amigo Luiz Hamilton Souza
Sobre a lei, a questão a ser entendida é que ela também não é um bicho-de-sete-cabeças. Nem todas as recomendações que eu dei aqui estão 100% de acordo com a interpretação estrita da lei. Aliás, como disse no começo, a interpretação estrita serve apenas a quem quer fugir das responsabilidades: como cumprir a lei é MUITO difícil, posso esquecê-la totalmente.

Um exemplo simples: a licença do CounterStrike proíbe seu uso comercial. Acontece que você consulta TODOS os distribuidores e eles não tem uma licença que permita este uso. Mesmo assim, eles fazem promoção para lan house, dão entrevista por aí dizendo que o jogo é um sucesso nas etc.... Ora, o cara não permite o uso comercial e faz promoção para lan house? Não tem cabimento. Na letra fria da lei, se vc compra a licença comum e instala na lan, está errado. Mas juiz nenhum do mundo vai sentenciar você, porque o vício ocorreu na origem, no comportamento do revendedor.

O uso de demos também não está 100% na lei. Mas vale a mesma coisa: não existe demo comercial, nem existe licença comercial. É fácil argumentar, em caso de autuação, que se um usuário doméstico tem direito a uma demonstração, muito mais direito tem alguém que pretende comprar diversas unidades. Evidentemente, este é um argumento um pouco mais fraco que o anterior, mas ainda assim defensável - e, com certeza, facilitará a confecção de um acordo, ao invés de uma multa.

Em suma, os aspectos legais de um negócio sempre implicam em um certo risco. Porque a lei é sempre interpretativa. Mas o que não se consegue interpretando uma lei é justificar que vc não precisa seguí-la de forma alguma - instalar pirata é indefensável sobre este ponto de vista.

Texto deixado pelo nosso grande amigo Luiz Hamilton Souza
Já escrevi muito. Espero a contribuição, complementação ou eventual correção de outros colegas. Mas espero ter demonstrado que o argumento "uso pirata porque original é muito caro" é simplesmente falacioso, de mau caráter mesmo. Quem seguir o que está escrito aqui conseguirá economizar. Agora, quem acha razoável não pagar NADA por usufruir da propriedade do outro, nunca vai se convencer a ter um pouco de trabalho para ficar legal. Só que devia colocar o preço de sua hora a ZERO também. Porque nossa hora é exatamente a mesma coisa: é o que cobramos para outros usarem nossa propriedade.
Alexandre
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