Computadores comunitários são usados para aplicar fraudes como a da Nota Fiscal Paulista, denunciada nesta terça pelo DIÁRIO

Lan houses e cyber cafés que não cadastram seus clientes são os lugares favoritos dos estelionatários que captam dados pessoais dos internautas e aplicam golpes bancários de todos os tipos. A Delegacia de Crimes Eletrônicos diz que não exigir documentos para o uso de computadores comunitários torna a identificação dos "piratas virtuais" praticamente impossível e faz da internet um território quase sem lei.

A Polícia Civil e a Secretaria da Fazenda investigam uma quadrilha responsável por desviar verbas da Nota Fiscal Paulista e causar um rombo ainda não calculado, conforme o DIÁRIO informou ontem. Os fraudadores utilizam a internet para realizar desvios monetários e usam o nome de ONGs beneficiadas pelo governo para fazer transações. A participação de funcionários das entidades e da Fazenda é investigada. O governo não informou o número de contribuintes vítimas dos golpistas.

Aproveitadores/ O delegado Jorge Esper, especialista em crimes virtuais, afirma que fraudes como a da nota fiscal são comuns. "Pequenos estelionatários usam sites de compras para adquirir informações do usuário e praticar fraudes bancárias", disse. O documento favorito para fraudes é o CPF que, combinado à filiação e número de conta bancária, permite pequenas movimentações financeiras e acesso a sites de compras virtuais.

O envolvimento de entidades filantrópicas nesses golpes também não é novidade. Esper prendeu uma quadrilha que usava um falso site da AACD para captar informações de doadores e clonar seus cartões de crédito. "Eu aconselho evitar serviços que exijam documentos. A internet é importante, mas o vazamento de informações é muito fácil", disse.


Fonte: Diário de São Paulo