Conexão para a baixa renda
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13122010
Conexão para a baixa renda
Com um sistema de acesso à internet móvel por Bluetooth, a start up carioca Alouw promove inclusão digital e gera novas oportunidades de negócio
O escritório de Rafael Danton, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, dá vista para a favela Dona Marta. Entre uma reunião e outra na empresa, a Movile, de serviços de interatividade pelo celular, Danton, 33 anos, olhava para a comunidade carente e imaginava como poderia digitalizá-la. E ainda como um projeto assim se tornaria uma oportunidade de negócios.
Apesar dos avanços recentes, 65% dos brasileiros, ou 104 milhões de pessoas, ainda não têm acesso à internet, segundo o IBGE. Levá-las à rede é crucial para o futuro da Movile. “Essas pessoas estão na base da pirâmide social. Não têm dinheiro para internet, mas têm celular, que hoje é um minicomputador. Não aproveitar esse recurso seria desperdício”, afirma Danton.
A princípio, a ideia era distribuir uma conexão à web usando a rede sem fio (Wi-Fi), mas esse público não tem um computador ou smart¬phone para se conectar. A saída criada pela Movile foi usar a tecnologia Bluetooth, presente na maioria dos celulares, e que permite enviar e receber dados a curtas distâncias. O funcionamento é simples. O proprietário de um estabelecimento comercial pluga a um computador conectado à internet um adaptador que faz as vezes de antena. Um programa instalado na máquina distribui o sinal para os celulares a até 100 metros de distância. Dentro desse alcance, já é possível enviar gratuitamente mensagens e fotos para a rede social da Alouw, start up criada na Movile para operar o sistema. O usuário também pode usar e-mail, chats e canais de conteúdo ao instalar um navegador básico no aparelho.
Em abril passado, depois de dois anos de estudos, o primeiro sistema foi instalado na Rocinha, a maior favela da América Latina. Ao todo, 100 mil pessoas já testaram o serviço e 20 mil o usam regularmente. A publicação de fotos na rede social é seu maior sucesso. “Qualquer celular tem uma câmera. Antes as pessoas não tinham como tirar a imagem do aparelho”, afirma Danton, que comanda o negócio com Leonardo Constantino e Marcelo Sales, ambos de 33 anos. Os empreendedores da Movile integram a rede Endeavor, que promove o empreendedorismo em 11 países. A Alouw começou na área de inovação da Movile e hoje funciona de forma independente. “Há a demanda por internet. O desafio é criar novos hábitos, e isso leva tempo”, diz Marcelo Guimarães, analista da Endeavor.
Relatório da ONU mostra que o acesso a tecnologias da informação reduz a pobreza. Informar-se sobre as condições meteorológicas, por exemplo, ajuda um pequeno agricultor na hora de plantar. O acesso a essas informações pode ser pelo celular, e o sistema Alouw poderia se tornar um meio de universalizar
esse recurso. “Um país só avança com educação, e hoje é importante aprender a processar informação”, diz Mário Brandão, presidente da Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital.
O sistema da Alouw está presente em algumas centenas de lojas, lanchonetes, farmácias e bancas de jornal. “Não é preciso pagar nem ficar parado para navegar”, diz Danton. Mas seu maior uso acontece em 5 mil lan houses, estabelecimentos que são o principal meio de acesso online para 33 milhões de pessoas no país. As lan houses distribuem o sinal e ganham, em troca, novos clientes. No futuro também poderão vender serviços digitais, pelos quais receberão uma comissão, ou ter uma fatia da receita publicitária. Mas para isso a base de usuários precisa crescer. A meta é chegar a 100 mil lan houses e ter 1 milhão de usuários em 2011.
Fonte: Época Negócios
O escritório de Rafael Danton, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, dá vista para a favela Dona Marta. Entre uma reunião e outra na empresa, a Movile, de serviços de interatividade pelo celular, Danton, 33 anos, olhava para a comunidade carente e imaginava como poderia digitalizá-la. E ainda como um projeto assim se tornaria uma oportunidade de negócios.
Apesar dos avanços recentes, 65% dos brasileiros, ou 104 milhões de pessoas, ainda não têm acesso à internet, segundo o IBGE. Levá-las à rede é crucial para o futuro da Movile. “Essas pessoas estão na base da pirâmide social. Não têm dinheiro para internet, mas têm celular, que hoje é um minicomputador. Não aproveitar esse recurso seria desperdício”, afirma Danton.
A princípio, a ideia era distribuir uma conexão à web usando a rede sem fio (Wi-Fi), mas esse público não tem um computador ou smart¬phone para se conectar. A saída criada pela Movile foi usar a tecnologia Bluetooth, presente na maioria dos celulares, e que permite enviar e receber dados a curtas distâncias. O funcionamento é simples. O proprietário de um estabelecimento comercial pluga a um computador conectado à internet um adaptador que faz as vezes de antena. Um programa instalado na máquina distribui o sinal para os celulares a até 100 metros de distância. Dentro desse alcance, já é possível enviar gratuitamente mensagens e fotos para a rede social da Alouw, start up criada na Movile para operar o sistema. O usuário também pode usar e-mail, chats e canais de conteúdo ao instalar um navegador básico no aparelho.
Em abril passado, depois de dois anos de estudos, o primeiro sistema foi instalado na Rocinha, a maior favela da América Latina. Ao todo, 100 mil pessoas já testaram o serviço e 20 mil o usam regularmente. A publicação de fotos na rede social é seu maior sucesso. “Qualquer celular tem uma câmera. Antes as pessoas não tinham como tirar a imagem do aparelho”, afirma Danton, que comanda o negócio com Leonardo Constantino e Marcelo Sales, ambos de 33 anos. Os empreendedores da Movile integram a rede Endeavor, que promove o empreendedorismo em 11 países. A Alouw começou na área de inovação da Movile e hoje funciona de forma independente. “Há a demanda por internet. O desafio é criar novos hábitos, e isso leva tempo”, diz Marcelo Guimarães, analista da Endeavor.
Relatório da ONU mostra que o acesso a tecnologias da informação reduz a pobreza. Informar-se sobre as condições meteorológicas, por exemplo, ajuda um pequeno agricultor na hora de plantar. O acesso a essas informações pode ser pelo celular, e o sistema Alouw poderia se tornar um meio de universalizar
esse recurso. “Um país só avança com educação, e hoje é importante aprender a processar informação”, diz Mário Brandão, presidente da Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital.
O sistema da Alouw está presente em algumas centenas de lojas, lanchonetes, farmácias e bancas de jornal. “Não é preciso pagar nem ficar parado para navegar”, diz Danton. Mas seu maior uso acontece em 5 mil lan houses, estabelecimentos que são o principal meio de acesso online para 33 milhões de pessoas no país. As lan houses distribuem o sinal e ganham, em troca, novos clientes. No futuro também poderão vender serviços digitais, pelos quais receberão uma comissão, ou ter uma fatia da receita publicitária. Mas para isso a base de usuários precisa crescer. A meta é chegar a 100 mil lan houses e ter 1 milhão de usuários em 2011.
Fonte: Época Negócios
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