Qual preço devo cobrar?
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30112011
Qual preço devo cobrar?
Não existe um preço "certo", já que as situações são diferentes. Você pode pagar 500 contos de aluguel ou 3000 e isso influencia o valor. Ter 10 ou 50 máquinas, estar em local de muita circulação ou não, querer atingir um publico A/B, ou C/D. etc... Dependendo do serviço que você pretende oferecer, do público que quer atingir e, ainda, da sua própria capacidade de trabalho, no sentido comercial e de propaganda, é que o preço deve ser definido.
Por outro lado, é sim possível definir um preço "mínimo" para a SUA lan. É aquele preço que te dá um LUCRO inferior ao que vale a pena continuar o negócio. Muitos "empresários" de lan house andam esquecendo deste parâmetro e é por isso que TODO o mercado está sofrendo.
Por outro lado, é sim possível definir um preço "mínimo" para a SUA lan. É aquele preço que te dá um LUCRO inferior ao que vale a pena continuar o negócio. Muitos "empresários" de lan house andam esquecendo deste parâmetro e é por isso que TODO o mercado está sofrendo.
O problema é que calcular o lucro não é simples.
Muita gente acha que lucro é a diferença entre o que pagamos e o que gastamos. Na verdade, para algumas lan houses até isso é difícil de calcular. Visitei muitos que não tinham o MENOR controle de receita e despesa. Já seria um bom começo se todos soubessem dizer quanto dinheiro entrou e quanto saiu do caixa num determinado período.
Mas o LUCRO não é o mesmo que FLUXO DE CAIXA. Você tem que ter um bom fluxo, mas não é só isso. Existem muitos custos "escondidos".
Deixe-me dar um exemplo. Férias dos funcionários. Você não dá férias todos os meses. Mas a cada mês o funcionário passa a fazer jus a um pedacinho a mais das férias. Mais precisamente 1/12 do seu salário acrescido de 1/3. E sobre esse valor ainda incide o INSS, se vc não estiver no SIMPLES. Então, o correto é a cada mês você reservar este valor, em um fundo por exemplo, para ter como arcar com este custo no mês em que ele tirar férias. Ou então vai ter a falsa impressão de que teve um ótimo lucro hoje e um tremendo prejuízo quando do gozo das férias. Mas, mesmo que você não poupe aquele valor, acreditando que vai ter dinheiro para pagar quando acontecer, é fundamental considerá-lo para calcular o lucro real.
Outros custos latentes: IPTU, décimo-terceiro, indenizações por rescisão de funcionários, taxas municipais e estaduais de caráter anual. Alguns destes são pequenos, não é necessário preocupar-se tanto, mas outros podem representar uma soma muito importante.
Mas não é só isso. Existem alguns custos que nunca chegam a ser monetários, mas nem por isso deixam de ter significado. O mais importante deles é a "depreciação" do investimento. A cada mês, os seus equipamentos valem um pouco menos. Não estou falando de manutenção, que é uma despesa mensal. Estou falando de perda de valor. O uso desgasta o equipamento, mas, além disso, a tecnologia vai ficando ultrapassada. Neste caso, a perda de valor não ocorre porque algo "quebra", mas sim pelo simples passar do tempo. Para computadores, costuma-se estimar que o preço "zera" em três anos. Ou que a perda de valor é de 1/36 do investimento por mês. É um pouco exagerado, mas não é tão fora da realidade.
Para administrar a depreciação, enxergo dois caminhos. Ou você retira do lucro 1/36 avos do investimento e poupa para o momento da atualização, ou você faz um sistema de trocas periódicas, por exemplo, vendendo uma parte dos computadores a cada seis meses e comprando novos. Ou pelo menos, quando vc diz: "este mes tive X de lucro", retire deste X o valor da depreciação.
Vejam bem, isto não é um simples exercício de abstração. Quando você não considera a depreciação, está chamando de "lucro" a perda de valor de seu investimento. Vamos lá, deixem-me ser repetitivo, mas tentar esclarecer isso bem: Você investe 100.000, tem 1.000 de lucro todo mês, depois de 3 anos quanto vc tem? 136.000, certo? Errado. Se vc não considerou a depreciação quando disse que tem 1000 de lucro, depois de 3 anos, você tem só 36.000 e uma penca de computador velho que você pagou 100.000, mas não vale quase nada. Ou seja, a depreciação é um custo REAL, embora não seja monetário.
Além da depreciação, existe ainda o "custo de oportunidade". É, mais ou menos, o quanto vc ganharia se escolhesse um outro investimento que não dá trabalho. Um fundo por exemplo. Se vc investisse num banco, ganharia 0,6, 0,8, 1,0, 1,2% ao mês sem fazer nada. Então, o seu negócio tem que gerar um lucro acima deste valor. Senão, não é lucro real, você está trabalhando de graça. Embora seja um pouco mais complicado, não pensem que este sim é um custo abstrato, inexistente. É, na verdade, parecido com o da depreciação. O que vc ganharia no banco é mais ou menos a inflação do período. Se você não ganhar este valor no seu negócio, na verdade, está diminuindo seu patrimônio real, no sentido de poder de compra. 100.000 de 2 anos atrás não são 100.000 de hoje.
Enfim, com tudo isso, seu lucro real é a diferença entre as entradas e saídas do mês... MENOS as provisões, MENOS a depreciação, MENOS o custo de oportunidade. Se esta conta dá menos do que você julga justo ou necessário para viver, então o negócio não está valendo a pena para você. Se continua "dando" para viver, é porque você paga suas contas com o fluxo de caixa, mas não com o lucro, ou, em outras palavras, você está DIMINUINDO seu patrimônio para viver.
Se este é seu caso, o preço que você cobra está ABAIXO do valor correto para você. E ponto final. E com o tempo, seu patrimônio vai acabar, a menos que vc corrija o rumo, seja aumentando, seja agregando novos serviços, seja fechando enquanto o valor não acaba, seja mudando de ponto para poder encontrar melhor o equilíbrio, etc.
Mas o LUCRO não é o mesmo que FLUXO DE CAIXA. Você tem que ter um bom fluxo, mas não é só isso. Existem muitos custos "escondidos".
Deixe-me dar um exemplo. Férias dos funcionários. Você não dá férias todos os meses. Mas a cada mês o funcionário passa a fazer jus a um pedacinho a mais das férias. Mais precisamente 1/12 do seu salário acrescido de 1/3. E sobre esse valor ainda incide o INSS, se vc não estiver no SIMPLES. Então, o correto é a cada mês você reservar este valor, em um fundo por exemplo, para ter como arcar com este custo no mês em que ele tirar férias. Ou então vai ter a falsa impressão de que teve um ótimo lucro hoje e um tremendo prejuízo quando do gozo das férias. Mas, mesmo que você não poupe aquele valor, acreditando que vai ter dinheiro para pagar quando acontecer, é fundamental considerá-lo para calcular o lucro real.
Outros custos latentes: IPTU, décimo-terceiro, indenizações por rescisão de funcionários, taxas municipais e estaduais de caráter anual. Alguns destes são pequenos, não é necessário preocupar-se tanto, mas outros podem representar uma soma muito importante.
Mas não é só isso. Existem alguns custos que nunca chegam a ser monetários, mas nem por isso deixam de ter significado. O mais importante deles é a "depreciação" do investimento. A cada mês, os seus equipamentos valem um pouco menos. Não estou falando de manutenção, que é uma despesa mensal. Estou falando de perda de valor. O uso desgasta o equipamento, mas, além disso, a tecnologia vai ficando ultrapassada. Neste caso, a perda de valor não ocorre porque algo "quebra", mas sim pelo simples passar do tempo. Para computadores, costuma-se estimar que o preço "zera" em três anos. Ou que a perda de valor é de 1/36 do investimento por mês. É um pouco exagerado, mas não é tão fora da realidade.
Para administrar a depreciação, enxergo dois caminhos. Ou você retira do lucro 1/36 avos do investimento e poupa para o momento da atualização, ou você faz um sistema de trocas periódicas, por exemplo, vendendo uma parte dos computadores a cada seis meses e comprando novos. Ou pelo menos, quando vc diz: "este mes tive X de lucro", retire deste X o valor da depreciação.
Vejam bem, isto não é um simples exercício de abstração. Quando você não considera a depreciação, está chamando de "lucro" a perda de valor de seu investimento. Vamos lá, deixem-me ser repetitivo, mas tentar esclarecer isso bem: Você investe 100.000, tem 1.000 de lucro todo mês, depois de 3 anos quanto vc tem? 136.000, certo? Errado. Se vc não considerou a depreciação quando disse que tem 1000 de lucro, depois de 3 anos, você tem só 36.000 e uma penca de computador velho que você pagou 100.000, mas não vale quase nada. Ou seja, a depreciação é um custo REAL, embora não seja monetário.
Além da depreciação, existe ainda o "custo de oportunidade". É, mais ou menos, o quanto vc ganharia se escolhesse um outro investimento que não dá trabalho. Um fundo por exemplo. Se vc investisse num banco, ganharia 0,6, 0,8, 1,0, 1,2% ao mês sem fazer nada. Então, o seu negócio tem que gerar um lucro acima deste valor. Senão, não é lucro real, você está trabalhando de graça. Embora seja um pouco mais complicado, não pensem que este sim é um custo abstrato, inexistente. É, na verdade, parecido com o da depreciação. O que vc ganharia no banco é mais ou menos a inflação do período. Se você não ganhar este valor no seu negócio, na verdade, está diminuindo seu patrimônio real, no sentido de poder de compra. 100.000 de 2 anos atrás não são 100.000 de hoje.
Enfim, com tudo isso, seu lucro real é a diferença entre as entradas e saídas do mês... MENOS as provisões, MENOS a depreciação, MENOS o custo de oportunidade. Se esta conta dá menos do que você julga justo ou necessário para viver, então o negócio não está valendo a pena para você. Se continua "dando" para viver, é porque você paga suas contas com o fluxo de caixa, mas não com o lucro, ou, em outras palavras, você está DIMINUINDO seu patrimônio para viver.
Se este é seu caso, o preço que você cobra está ABAIXO do valor correto para você. E ponto final. E com o tempo, seu patrimônio vai acabar, a menos que vc corrija o rumo, seja aumentando, seja agregando novos serviços, seja fechando enquanto o valor não acaba, seja mudando de ponto para poder encontrar melhor o equilíbrio, etc.
Luis Hamilton
ex-dono de lan
Fonte: http://blogdohudsongomes.blogspot.com
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