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Classe C: poder que a maior camada social terá na internet

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01052008

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Classe C: o poder que a maior camada social do Brasil terá na internet

Não é todo país em desenvolvimento que vê um grupo do tamanho da população
na metropolitana de Nova York ascender de camadas mais baixas e,
sustentado pela estabilidade econômica, se tornar a maior classe social
do país.

Tamanho não explica totalmente a trajetória da classe C no Brasil nos
dois últimos anos, que viu também seu poder de consumo elevado, o que
faz do grupo alvo obrigatório para empresas nos próximos anos.

Na internet não é diferente.

Potencializada pelas medidas de inclusão digital adotadas pelo Governo
nos últimos quatro anos, a classe C se vê responsável pelos seguidos
crescimentos na base de internautas no Brasil e começa a forçar as
empresas digitais e repensarem suas estratégias online, antes tão
focadas nas classes A e B.

Quem sustenta este crescimento estável, mas também explosivo dessa base
desde 2006, quando éramos apenas 14 milhões de internautas? A classe C,
responde prontamente Alexandre Magalhães, gerente de análise de mercado
do Ibope//NetRatings.
Segundo Magalhães, o crescimento vem “desde 2006, mas agora está se
acentuando. Quem está ‘distorcendo’ (os números) para cima, no bom
sentido, é a classe C”, afirma.
No total, são cerca de 40 milhões de internautas no Brasil, segundo
a Cetelem, sendo que 6 milhões, no mínimo, são da Classe C e entraram
na internet nos últimos três anos.
Entre 2005 e 2007, uma conjuntura de estabilidade financeira,
aumento do crédito aos menos favorecidos e crescimento nos empregos com
carteira assinada fez com que 19,5 milhões de brasileiros entrassem na
classe C, tornado-a a maior do Brasil, segundo estudo divulgado pela
Cetelem, realizado em parceria com a Ipsos.
Com terreno fértil pela estabilidade econômica, a adoção de
computadores, motivada pelo programa Computador para Todos, foi recorde
em 2007, com 10,7 milhões de PCs vendidos no Brasil, número maior que
as 10 milhões de TV vendidas no mesmo período.

“Com certeza, são 6 milhões de clientes potenciais a mais passando por
sua loja”, exemplifica Franck Vignard-Rosez, diretor executivo de
marketing, parcerias e novos negócios da Cetelem Brasil. “É
irreversível”, sintetiza.

Para Ari Meneghini, diretor executivo da Internet Advertising Bureau
(IAB) Brasil, os milhões de novos internautas dão massa crítica para
que grandes marcas que antes ignoravam a internet (a rede Casas Bahia é
o principal exemplo deste grupo) comecem a se movimentar para não
perder na web uma clientela do varejo tradicional.
“A internet vai ter que conversar com estas pessoas. O site do
varejista precisa usar o linguajar e as referências daquela pessoa”,
explica Mariana Balboni, gerente do Centro de Estudos sobre Tecnologias
da Informação e da Comunicação (CETIC.br). “A rede é muito rebuscada. É
preciso trazer o universo da população de baixa renda e criar conteúdos
com a mesma referência", detalha.
Além da linguagem, há possíveis assimilações digitais de processos
que a camada social vem enfrentando nos últimos anos, como a expansão
do crédito.

“A maior mudança será o crédito. Esta classe social precisa dele para
consumir e hoje são poucas as empresas capazes de oferecer isto de
maneira online”, discorre Meneghini.
A renda média disponível por que afirmou à Cetelem que pretende usar
a internet para buscar informações de produtos caiu vertiginosamente de
1.041 reais em 2005 para 399 reais dois anos depois.
A “culpa” está, de novo, na integração de milhões de novos
consumidores que não contam com a parruda média das classes A e B, o
que leva os analistas a considerarem o escorregão no conceito “uma
queda boa”.

Ainda que seja a mais representativa, a renda média para informações
não está sozinha – o faturamento médio de quem compra online caiu da
média de 4 mil reais em 2005 para 3,6 mil reais em 2007.

A queda indica que alguns dos novos internautas já estão virando
consumidores digitais, muito embora o gap a ser vencido ainda seja
gigantesco – apenas 5% dos brasileiros compraram algo online em 2007,
diz a consultoria.

Os 95% que ainda não realizaram compras pela internet fazem com que o
potencial do e-commerce brasileiro nos próximos anos se transforme em
ouro puro para empresas do varejo, estejam elas na internet ou ainda
não.
E quem vai puxar este consumo? Para Magalhães, os jovens. O contato
com LAN houses, principais veículos de inclusão digital no País, faz
com que os filhos da classe C pressionem os pais por banda larga,
serviço que hoje não tem mais tanto impacto no bolso dos menos
abastados, lembra ele.

Além de contrair a suposta teoria que a conexão dial-up seria a porta
de entrada online para usuários de baixa renda, a análise do consultor
do Ibope coloca nos jovens a responsabilidade pela adoção não apenas do
PC, mas também das compras eletrônicas nas classes mais baixas.
A atual taxa de crescimento dos internautas brasileiras deverá
continuar a atingir a classe C brasileira, fazendo com que a internet
no Brasil perca sua tradicional identidade voltada às camadas A e B e
tornando o grupo ainda mais importante para o consumo nacional.

“Este ritmo não pára nos próximos cinco anos, já que teremos o público
da classe D depois (da inclusão da classe C). O acesso ainda deve
crescer muito, primeiramente em lugares públicos e, posteriormente, nas
residências”, explica Magalhães, ecoando o estudo do NIC.br que aponta
as LAN houses como o principal ponto de acesso à internet no País.

Há, porém, um limite para a euforia de consumo, lembra Balboni. “Se as
classes D e E não forem capacitadas, não vão conseguir navegar. Mesmo
com o crescimento, há uma forte deficiência na escolaridade (das
camadas sociais mais baixas). Pode ter LAN house na esquina, mas o
pedreiro não sabe ler de qualquer jeito”.

Entre o pedreiro e o entusiasta, ainda há quase uma Nova York inteira
para que o varejo brasileiro, atraído pelos rios de dinheiro, aprenda a
domesticar mais consumidores para esta novidade chamada internet.

Autor: Guilherme Felitti
Fonte: IDG Now
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