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Uma janela para o mundo digital

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26072008

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Uma janela para o mundo digital Empty Uma janela para o mundo digital




Texto tirado da revista EPOCA de 25 de Julho de 2008

Metade dos 42 milhões de internautas brasileiros – das classes D e E – usa a
internet nos milhares de lan houses espalhadas pela periferia


Thiago Cristófaro tem 16 anos e não se lembra de quando foi apresentado à internet: “Quando eu nasci, ela já não existia? Não sei como os garotos da minha idade viviam sem isso”. Thiago é estudante do 2º ano do ensino médio, mora no Engenho de Dentro, na zona norte do Rio de Janeiro, e freqüenta os centros públicos de acesso à internet, conhecidos como lan houses (do inglês LAN, sigla para “rede de acesso local”). Ele diz que gosta do clima das lans. “Todos os dias faço amigos. Parece que é festa o tempo todo.” Thiago afirma gastar boa parte de sua mesada na lan house, que cobra R$ 2,50 por hora. Conta que passa horas com os amigos em jogos com nomes estrangeiros como Counter Strike e Need for Speed. Diz que também usa a rede para pesquisar trabalhos da escola e visitar o site YouTube atrás de clipes de hip-hop. “Eu me correspondo pelo MSN com amigos da Bahia, trocamos fotos, vídeos e idéias”, afirma. “Venho dez vezes por dia. Aqui me sinto melhor do que em casa.” Para Thiago, estar na internet é uma forma de aprendizado: “Ela é uma janela para o mundo, não é o que dizem por aí? Quem não está na internet, está fora do mundo”.

A pesquisa do CGI revela que 60% dos jovens entre 16 e 24 anos têm nas lan houses o principal local de acesso à rede. Elas são na maioria das vezes a única forma de lazer dos jovens da periferia. “As lan houses estão onde os jovens estão. É lá que eles se encontram para conversar e flertar. Parece um shopping de periferia”, diz Balboni. Era natural, portanto, que passassem a oferecer novos serviços ao público jovem. Festas de aniversário, que aconteciam nos restaurantes da rede McDonald’s, agora são celebradas nas lan houses. Segundo Cabral, na Rocinha aconteceu até uma Festa das Lan Houses, onde centenas de freqüentadores se reuniram vestindo camisetas com o nome de sua lan.

Se de dia o público é formado por jovens, à noite chega a vez dos adultos. “Sou apaixonada por moda”, afirma a babá Rosilândia Carvalho de Freitas, de 25 anos. É pela internet que ela fica sabendo das novidades nas badaladas Fashion Weeks do Rio e de São Paulo. Moradora da Rocinha, ela pôde ver o que Gisele Bündchen mostrou na passarela e ficou por dentro da moda do próximo verão. Para navegar na internet, Rosilândia gasta R$ 1 por hora. Com um salário de R$ 600, ela paga um curso técnico de enfermagem e não tem computador em casa. Fica até tarde da noite em frente ao PC de aluguel. “É nessa hora que conheço o mundo.”

“É melhor deixar os filhos na lan house do que na rua,
correndo o risco de ser aliciados pelo tráfico”

Além das novidades da moda, Rosilândia usa e-mail e programas de mensagens instantâneas para se comunicar com os parentes em Reriutaba, sua cidade natal, no Ceará. “Fala” com a mãe, irmãos e primos a 3.000 quilômetros de distância. “Por causa da internet, eles fazem parte da minha vida, sabem o que acontece comigo. Agora não me sinto tão só”, diz. Na lan house, Rosilândia pesquisa para o curso de enfermagem e sonha com um universo além de seu cotidiano. “Na semana passada, conheci um museu lindo em Paris. Também passei pela Dinamarca e é lindo”, diz. “Não sei se um dia vou viajar para fora do Brasil, mas nem por isso preciso conhecer só a Rocinha.”

A expansão das lan houses pelas periferias traz um desafio: elas já chamam a atenção dos poderes paralelos. “A milícia e o tráfico começam a cobrar taxas dos donos das lans a título de segurança”, diz Cabral. “Há PMs que, por causa do software ilegal, pedem propina para manter a lan house aberta.” Transformar a realidade das comunidades de periferia não é o papel das lans. Mas, ao criar uma janela virtual para fora dela, contribuem para dar esperança de que essa mudança seja possível.


Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI8900-15224-1,00-UMA+JANELA+PARA+O+MUNDO+DIGITAL.html
Alexandre
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